A noiva do goleiro Bruno, a dentista Ingrid Oliveira, foi nesta quarta-feira (17) no processo que investiga a morte de Eliza Samudio, ex-amante do jogador. Em depoimento, Ingrid confirmou a denúncia exibida em reportagem do fantastico sobre a existência de uma gravação em que o advogado de Bruno, Ércio Quaresma, a teria ameaçado.
O advogado Ércio Quaresma não foi localizado pelo G1 para falar sobre as acusações.
Das 11 testemunhas convocadas por carta precatória para prestar depoimento, seis pessoas compareceram e foram ouvidas pela juíza Elizabeth Louro, no 4º Tribunal do Júri, no Tribunal de Justiça do Rio. A audiência terminou no fim da tarde desta quarta-feira (17).
Trechos da gravação
A juíza leu a denúncia e Ingrid Oliveira confirmou todos os trechos da fita com a gravação da conversa com o advogado, inclusive o momento em que Ércio Quaresma teria feito a ameaça.
Em um dos trechos, o advogado fala da sua relação com Bola, amigo de Bruno e que, segundo a denúncia do Ministério Público, teria sido o executor de Eliza Samudio.
“Ele é meu amigo só há 20 anos, só há 20 anos. Sabe, eu brinco que quem ensinou ele a fazer as coisas fui eu. Eu sou mais velho que ele na polícia", diz a gravação.
Em entrevista ao Fantástico, Quaresma diz que teria ensinado Bola “a atirar, a investigar, a perguntar. Dizem por aí que eu pergunto muito bem".
Ainda durante a conversa com Ingrid, o advogado fala do sumiço do corpo de Eliza.
"Nego está querendo pegar o Bruno e a Dayanne e esquecer o resto. A senhora sabe por que não tem, se é que existe um cadáver, um cadáver insepulto até agora? Por minha causa".
Em outro trecho, Ércio Quaresma tenta amedrontar a dentista para que ele não seja retirado do caso.
“Se você tem amor à sua vida, saia do meu caminho. Eu não sou advogado do diabo. Eu sou o próprio diabo".
As declarações foram confirmadas por Ingrid perante a juíza, advogados e o representante do Ministério Público.
Também foram ouvidos o administrador do flat, na Barra da Tijuca, onde Eliza teria ficado hospedada, o porteiro e o vigilante do condomínio Nova Barra, uma amiga da vítima, e o delegado titular da Divisão de Homicídios do Rio, Felipe Ettore.
Os depoimentos serão enviados a Minas Gerais.
Em Minas
A Justiça de Minas Gerais concluiu a fase de interrogatório dos réus no caso Eliza Samudio, mas ainda falta encerrar as oitivas de testemunhas. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), pelo menos três ainda faltam ser ouvidas. Os nove acusados prestaram depoimento de 8 a 12 de novembro no fórum de Contagem. . Veja o que os acusados disseram nos interrogatórios:
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Dayanne Souza, mulher do goleiro Bruno - Interrogada em 8 de novembro Relatou em carta enviada à promotoria que o plano era matar Eliza e o filho. Segundo Dayanne Souza, Sérgio Rosa Sales - primo do goleiro - teria dito a ela que este era o objetivo de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão. Dayanne disse à Justiça que no dia 9 de junho, à noite, Bruno teria ido à casa da avó, dona Estela, com o bebê de Eliza. Dayanne afirmou que Eliza não foi proibida de andar pelo sítio, que ela poderia se movimentar pelas dependências do local e que não presenciou nenhuma hostilidade contra Eliza. A ex-mulher de Bruno disse em juízo que ela, Fernanda Gomes de Castro e familiares estavam pagando por aquilo que não tinham feito. |
