SELEÇÃO BRASILEIRA FAZ SÓ 1 X 0 NA AFRICA DO SUL

08/09/2012 09:55

 

 

Seleção Brasileira: Hulk salvou a pátria

Brasil joga mal e é vaiado, mas vence a África do Sul em amistoso

   

O futebol não agradou os torcedores que foram ao estádio do Morumbi, mas a seleção brasileira conseguiu a vitória sobre a África do Sul por 1 a 0, nesta sexta-feira, em amistoso disputado em São Paulo. Sem brilho e sob vaias durante boa parte do confronto, os comandados de Mano Menezes precisaram do solitário gol de Hulk, no segundo tempo, para triunfar.

O resultado, no entanto, não deve diminuir a pressão sobre o treinador, que ainda sofre com a perda da medalha de ouro na Olimpíada de Londres para o México. Para que isso aconteça, será fundamental uma vitória convincente sobre a China, na próxima segunda, às 22h, no estádio do Arruda, no Recife, também em amistoso.

A torcida mostrou a pressão que faria sobre a equipe brasileira logo no início. Antes mesmo dos primeiros dez minutos, os gritos no Morumbi pediam a presença de Luis Fabiano, não convocado por Mano Menezes para estes amistosos. A insatisfação aumentou com a primeira chance sul-africana, com Gaxa, que tabelou pela direita, entrou na área sozinho e só não marcou porque Diego Alves saiu bem.

O Brasil só chegou aos 16 minutos, em uma jogada de bola parada. Oscar cobrou falta da intermediária, pela direita, na cabeça de Dedé, que cabeceou forte, mas no meio do gol, o que facilitou o trabalho de Khune. Faltava criatividade aos comandados de Mano Menezes, que encontravam dificuldade para furar o bloqueio sul-africano.

Logo esta dificuldade gerou vaias da torcida, o que parecia deixar os jogadores ainda mais nervosos. Nas poucas chances criadas, os brasileiros eram sempre atrapalhados pelo adversário, como aos 26 minutos, quando Neymar ia finalizar na pequena área, mas Gaxa impediu.

A forte marcação sul-africana fez com que o Brasil passasse a arriscar de fora da área. Foi desta forma que Rômulo quase marcou, aos 33 minutos. O fraco futebol da seleção só fez a pressão da torcida aumentar e se voltar contra o maior alvo dos últimos tempos: o técnico Mano Menezes, que no fim do primeiro tempo ouviu os gritos de “adeus, Mano”. Tudo isso seria amenizado se Neymar não tivesse perdido gol feito aos 42, quando recebeu grande lançamento e chutou em cima de Khune.

O segundo tempo começou ruim para a seleção. Aos 4 minutos, Parker arrancou pela direita, passou por David Luiz e cruzou. O primeiro gol da partida só não saiu porque Dedé cortou. A resposta veio aos 10, quando Leandro Damião recebeu bom passe de Oscar, mas bateu para fora. Quando os gritos de “adeus, Mano” voltavam a ser entoados da arquibancada, o Brasil abriu o placar, aos 29. Depois de cobrança de escanteio, David Luiz foi lançado na esquerda. Ele bateu em cima de Khune e a bola sobrou para Hulk, que ganhou do zagueiro e encheu o pé para fazer 1 a 0.

Mais leves com a vantagem e com o apoio da arquibancada, que passou a gritar “Brasil” após o primeiro gol, os jogadores brasileiros se soltaram. Aos 32, Hulk cruzou na cabeça de Neymar, que exigiu grande defesa do goleiro adversário. Cinco minutos depois, Paulinho apareceu de surpresa e também levou perigo. No fim, mesmo com a vitória, a seleção deixou o campo sob vaias.


Jogadores reclamam da torcida

Antes mesmo dos dez primeiros minutos do amistoso desta sexta-feira diante da África do Sul, a seleção brasileira já era vaiada pelos mais de 50 mil pagantes que foram ao Morumbi. A pressão se estendeu pelos 90 minutos do confronto e retratou o futebol ruim que os comandados de Mano Menezes apresentaram na vitória por 1 a 0.

Os próprios jogadores admitiram que a atuação foi abaixo do esperado, mas não esconderam a chateação com a reação da torcida “Tentamos representar nosso futebol, mas tem vezes que não sai legal. A torcida devia nos apoiar mais, mas é normal. A gente está acostumado com a torcida vaiar quando não vamos bem. Mas com certeza teríamos jogado melhor se a torcida tivesse apoiado”, declarou o atacante Hulk, autor do gol, em entrevista ao SporTV.

O zagueiro Dedé, que atuou no lugar de Thiago Silva, lesionado, também reclamou do comportamento dos torcedores, que, além de vaiarem a equipe, pediram a presença do atacante Luis Fabiano, vaiaram Mano Menezes e Neymar, que também foi chamado de “pipoqueiro” ao longo do jogo.

“A gente esperava mais aplausos, incentivo, apoio. Não foi da maneira que queríamos, mas agora vamos pensar na próxima partida Vencemos, precisamos ficar felizes, mas queremos melhorar para enfrentar a China”, disse, já projetando o confronto da próxima segunda diante dos chineses. Dos poucos pontos positivos da partida, estão as atuações do goleiro Diego Alves e de Hulk, que entrou no segundo tempo e mudou o panorama da partida. “A partida foi boa, passei confiança. Acho que correspondi”, declarou Diego. “Consegui atuação com o pé direito: com vitória e gol”, completou Hulk.


Para Mano, time se abateu com vaias

A seleção brasileira venceu a África do Sul por 1 a 0 nesta sexta-feira, em amistoso disputado no estádio do Morumbi, mas o desempenho não agradou os mais de 50 mil pagantes que estiveram presentes. Desde os primeiros minutos da partida ouvia-se vaias à equipe e ao técnico Mano Menezes, que avaliou que este comportamento abalou os jogadores em campo.

“O time sentiu o início sem apoio. Quanto mais novo um time, mais sente a falta de apoio. Já vi vaias e ambientes muito mais hostis em São Paulo, para todos os técnicos. Já vi grandes jogadores serem vaiados. A situação não é atípica, mas acho que podemos tentar modificar isso. Temos que jogar uma Copa no nosso País. Vamos ter adversários defensivos, como a África do Sul. Pedimos um pouco mais de compreensão”, declarou.

O treinador brasileiro admitiu que a seleção sentiu intranquilidade por conta das críticas. “Gostaria que nesse momento o ambiente dentro do nosso país fosse mais favorável, mas não podemos interferir nisto. Em alguns momentos, a falta de tranquilidade atrapalhou um pouco, mas trabalhamos com paciência, a partir de algumas situações que poderíamos fazer”.

Além do técnico, Neymar foi outro alvo dos torcedores. O atacante do Santos foi chamado de “pipoqueiro” ao longo da partida e, substituído no final, deixou o gramado sobre vaias. Seu desempenho ficou muito aquém de suas melhores participações com a seleção e Mano Menezes culpou o desgaste do jogador pela fraca atuação e negou que o tenha tirado para que ele “sentisse” as críticas.

“O Neymar vem de um desgaste físico muito grande, perdeu peso em função de um problema intestinal. A alteração foi para preservá-lo, vai estar em campo na segunda para nos ajudar a construir uma vitória contra a China. Entendemos as críticas, mas incomoda, né?”, disse Mano.

Com a atuação ruim desta sexta, o técnico admitiu que pode fazer mudanças para enfrentar a China, mas garantiu que não alterará muito a forma de jogar da equipe. “Vou definir a escalação até segunda. Tenho confiança em todos que estão aqui para iniciar o jogo, mas não vou mudar muito até para não perder a base de comparação do desempenho de cada um”.